1948-2025 Começou por não achar Michael Schumacher “nada de excecional”. O julgamento a priori de Eddie Jordan era irrealista. Percebeu-o logo quando, por uma questão de necessidade e falta de opções, recrutou o alemão. Foi o irlandês que impulsionou, em 1991, a estreia daquele que se viria a tornar heptacampeão do mundo. Schumacher escapou para uma equipa rival, mais competitiva. A Jordan Grand Prix, da qual Eddie era dono, seguiu o caminho que a levou a quatro vitórias em 250 corridas realizadas ao longo de 14 anos na Fórmula 1 — o último pódio foi com o português Tiago Monteiro. “Nunca mais vai haver um Eddie Jordan”, disse Damon Hill, o primeiro piloto a dar um triunfo ao empresário que preservou até morrer um certo ar hippie e os óculos que lhe pareciam ter sido emprestados por John Lennon. Excêntrico, empreendedor, independente, Eddie era a própria marca. Talvez o carisma até não fosse assunto óbvio para um filho de um eletricista e de uma doméstica que, por influência da tia, esteve quase a ser padre. Acabou por se dedicar à contabilidade e só depois ao automobilismo. Foram conhecimentos importantes para gerir uma Jordan Grand Prix com crónicos problemas financeiros, extinta em 2005. Dia 20, de cancro. Francisco Martins
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt