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Ideias

Teimosia ou outra coisa?

A crise criada pelo episódio do primeiro-ministro tem várias razões consoante a moral de quem a pratica. A melhor forma de analisar a situação é pormo-nos no papel de primeiro-ministro considerando o que se sabe ou depreendemos saber. Se fosse eu a receber a avença (e outros interesses) na empresa e não a ter suspendido na devida altura, considerando que me dava jeito continuar a recebê-la, no seio da minha família, sem refletir suficientemente nas suas consequências, estaria agora com um grave problema. Só tinha uma solução. Reconhecer que foi um erro inadvertido, fechar a empresa e encontrar uma solução política com o Presidente da República, evitando eleições e mostrar publicamente o erro e a sua resolução, enfrentando desta forma a oposição e os jornalistas. Creio que as críticas suavizavam não sendo necessário apresentar a demissão do cargo. Outros, porém, caso do primeiro-ministro, entenderam ir em frente, culpar toda a oposição e os jornalistas de lançamento de lama na sua imagem de pessoa séria e levar o país para eleições. Apresentar uma moção de confiança é uma provocação e um jogo baixo, ao qual a oposição (PS) não devia responder com a reprovação da moção, por muito que lhe custe. Estes episódios mostram a parte mais negativa da política, que muito contribui para o desgaste da democracia e o crescimento de forças totalitárias.

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