Há não muito tempo, Gouveia e Melo (G.M.), em entrevista a um podcast do Expresso, mostrou-se aberto às convicções de Mark Rutte, o ex-frugalista convertido em “mãos-rotas” para a indústria do armamento, à custa do Estado Social europeu, que tanto custou a alcançar e que não é, ao contrário do que alguns pensam, nenhum luxo faraónico. Não foi aí que G.M. perdeu o meu voto caso seja candidato às próximas eleições presidenciais. Na verdade, nunca o tinha ganho, nem com a eficiente direção que fez da campanha de vacinação na pandemia nem com o facto de ser um eminente especialista em submarinos. Para Presidente da República exijo, não menos do que isso, uma individualidade que nos convença de que pisa conscientemente a terra, sem veleidades de mergulhador, e que seja capaz de “pensar” um país, sem necessidade de pôr em prática técnicas “menores” que qualquer computador, com mais ou menos IA (inteligência “almirantal”), consegue resolver. Se o pensamento de G.M. passa por beliscar o bem-estar dos cidadãos, como se eles fossem lautamente servidos pelo Estado, então que fique em casa a gozar dos rendimentos da sua aposentadoria, sem cortes de nenhuma espécie.
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