Ela foi dos que se salvaram. Dos que tiveram a oportunidade rara de saírem do Ruanda antes do genocídio. Scholastique Mukasonga pôde ir para o Burundi aos 16 anos e hoje vive em França, carregando o peso de ser a única sobrevivente da sua família. No dia 7 de abril de 1994, há 30 anos, assistiu ao longe ao assassínio de 37 familiares, entre os quais a mãe, o pai, os irmãos e os filhos destes. Desde então, a sua literatura — é autora de 10 romances e tem surgido como candidata ao Nobel — é uma voz para os que já morreram. “Um túmulo”, diz ela, aos 69 anos. Falou ao Expresso em Óbidos, no âmbito do Festival Fólio.
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