A pandemia de covid-19 e a greve de guionistas nos EUA arrefeceram o risco em apostar em filmes originais, sem sequelas ou remakes
Setembro foi o segundo pior mês do ano para cinemas portugueses em espectadores. Uma realidade que não é nova e de difícil resolução. Dos dez filmes que estão no topo de ranking do Instituto de Cinema e Audiovisual até agora, oito são produções norte-americanas. O que parece estar a mudar ou, pelo menos, a acentuar-se cada vez mais, é o tipo de filme dos Estados Unidos da América que chega a Portugal: remakes, sequelas ou prequelas. “Divertidamente 2”, “Gru-Maldisposto 4”, “Um Lugar Silencioso: Dia 1” ou “Panda do Kong Fu 4”, são, este ano, alguns dos títulos que representam uma abordagem conservadora, mas segura, dos grandes estúdios, em apostar em propriedade intelectual. Descendo mais uns lugares, encontramos o remake de “Beetlejuice Beetlejuice” (36 anos depois), mais um capítulo de “Planeta dos Macacos” bem como o “Alien: Romulus” ou mesmo “Joker: Loucura a Dois”. Só o primeiro filme de animação dos referidos nesta lista tornou-se no mais visto em 20 anos no país. Tal como conta a imprensa norte-americana, 2024 não foi um ano singular neste aspeto. Aliás, 2025 será igual. E 2026 ainda mais intenso: “Mandalorian e o Grogu” (Guerra das Estrelas) a caminho e o regresso de Robert Downey Jr. à Marvel como Dr. Doom estão no cardápio. Há um novo “Blade” no forno e a obsessão de James Cameron com os Avatar regressa em 2025. Mais de metade dos títulos esperados para o próximo ano vêm de histórias com propriedade intelectual já existente.
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