Na passada semana duas notícias abalaram o sector do retalho em Portugal: a decisão da rede de lojas Gato Preto de avançar para um Processo Especial de Revitalização (PER) e a insolvência da cadeia de decoração Casa. As dificuldades de duas marcas familiares dos consumidores, com décadas de presença no país, encheram as redes sociais de comentários rápidos, quase sempre com o mesmo alvo: os CEO (presidentes executivos) das empresas. Na praça pública e, sobretudo, no mundo das redes sociais, a queda de uma empresa é muitas vezes reduzida a um rosto, um culpado, um responsável máximo. Numa insolvência não há quem escape ileso. Com impactos distintos, é certo, todos saem perdedores: os trabalhadores, o acionista, os fornecedores, o CEO. E para quem está ao leme do negócio é mais do que um processo meramente judicial. É uma derrota pessoal e profissional, com impactos reputacionais que se podem prolongar no futuro.
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