
Envelhecimento da população coloca desafios aos trabalhadores, que são, cada vez mais, também cuidadores de idosos. Especialistas admitem que é fundamental que empresas e Estado se ajustem à nova realidade
Envelhecimento da população coloca desafios aos trabalhadores, que são, cada vez mais, também cuidadores de idosos. Especialistas admitem que é fundamental que empresas e Estado se ajustem à nova realidade
Jornalista
Quando as mulheres começaram a entrar em maior número no mercado de trabalho, na década de 70 do século passado, o cuidado aos filhos tornou-se um desafio para trabalhadores e empregadores. A lei construiu-se de raiz no pós-Revolução dos Cravos e ajudou a cimentar práticas de trabalho. Hoje, garantir apoios à parentalidade é parte central da política de gestão de talento de qualquer empresa. E as grandes organizações sabem que recuar nesta matéria é arriscar a capacidade de contratar e reter profissionais e pode pôr em causa a sua competitividade. Mas à medida que o envelhecimento populacional ganha escala o desafio de cuidar assume novos contornos. Num país com “mais avós do que netos”, como sublinha a demógrafa e professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa Maria João Valente Rosa, os trabalhadores são cada vez mais chamados a garantir o cuidado a ascendentes (pais idosos ou com doença permanente), tornando-se trabalhadores-cuidadores. Apoiá-los nesta tarefa é um desafio que empresas e Estado não podem continuar a ignorar, defendem os especialistas.
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