
Mais de dois milhões de profissionais em Portugal trabalham ao sábado e mais de um milhão exerce atividade ao domingo ou ao serão. Há um preço que se paga a médio e longo prazo, admitem especialistas
Mais de dois milhões de profissionais em Portugal trabalham ao sábado e mais de um milhão exerce atividade ao domingo ou ao serão. Há um preço que se paga a médio e longo prazo, admitem especialistas
Jornalista
Portugal emergiu da crise financeira de 2008, que haveria de conduzir ao resgate financeiro da troika, com uma resiliência que é destacada pelos economistas. O emprego no país disparou para níveis nunca vistos: os últimos dados trimestrais do Instituto Nacional de Estatística (INE) colocam a população empregada perto dos 5,2 milhões de pessoas no início deste ano, o valor mais alto de que há memória. O desemprego recuou, mantendo-se agora próximo de níveis estruturais. Pelo caminho, a economia nacional enfrentou uma crise, uma pandemia, a escalada da inflação e uma guerra na Europa, com impactos na atividade das empresas, sobretudo as mais expostas à exportação e as mais dependentes da importação de matérias-primas críticas. O mercado de trabalho resistiu, mas reconfigurou-se. A pandemia deixou como legado novas formas e hábitos de trabalho, que dificilmente se inverterão. O impacto mais visível é o das rotinas que surgiram. Em 2024, quase metade (47%) dos trabalhadores em Portugal trabalhava fora de horas, mostram os dados solicitados pelo Expresso ao INE.
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