O novo Governo meteu o pé no acelerador e ao fim de 32 dias anunciou a localização do novo aeroporto da região de Lisboa, juntando-lhe ainda a terceira travessia do Tejo e a alta velocidade, com ligação de Lisboa a Madrid em três horas. Pelo caminho lançou uma pequena bomba: o Aeroporto Humberto Delgado, a comemorar 82 anos de vida, é para fechar, hipótese que a Comissão Técnica Independente (CTI) tinha deixado em aberto, dada a relevância económica da infraestrutura no coração da capital. É o início de um ponto final num debate que se arrasta há mais de 50 anos.
Tudo sopra a favor da construção do futuro aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, em Benavente, infraestrutura que o Executivo de Luís Montenegro espera ver construída na melhor das hipóteses em 2034 — e que é a segunda vez que é escolhida por um Governo como localização. Será um aeroporto único, porque o Governo acredita que é o que melhor protege o hub e o futuro crescimento da TAP. Há consenso político — um evento raro — e sintonia entre os líderes do PS e do PSD. E a ANA — Aeroportos de Portugal, concessionária das infraestruturas aéreas portuguesas até 2062, vai aceitar a decisão do Governo — inclusive em relação à expansão do Aeroporto Humberto Delgado —, deixando cair aquela que foi a sua preferência: o Montijo, uma hipótese que ainda em abril admitia manter viva.
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