Design: Grândola, terra de encontros onde o Alentejo e o Senegal se cruzam em harmonia

Portugal tem a obrigação de continuar a ser um espaço cultural confluente e inclusivo
Portugal tem a obrigação de continuar a ser um espaço cultural confluente e inclusivo
Especialista em design
Se formos pela estrada que une Grândola ao Carvalhal e depois à Comporta vemos, pelas bermas que não existem e pelos trilhos pedonais que não foram feitos ainda, dezenas e dezenas de pessoas de várias nacionalidades, incluindo a europeia, a andar a pé, sozinhas, entre carros e camiões rápidos, durante as poucas horas vagas de trabalho. Enquanto o edificado e os serviços se renovam e as estradas se esboroam, impreparadas, observamos nas ruas das aldeias deste concelho uma enorme multiplicidade racial, etária e social, assimétrica e mutante, crescente, que dá visibilidade ao que sabemos: estamos numa área em enorme transformação e desenvolvimento, o que é positivo, mas onde as infra-estruturas são fracas e o equilíbrio do ecossistema, natural e social, é frágil. Sendo que estes dois últimos, uma vez perdidos, serão muito difíceis de repor. Portugal tem a obrigação de continuar a ser um espaço cultural confluente e inclusivo. Todo o país. Nós, mais do que quase todos, fomos ao encontro e fomos/somos ponto/ponte de encontro, mesmo que muitas das vezes nada disto tenha sido fruto de uma visão nacional estratégica.
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