Automóveis

Se D. Sebastião soubesse: uma expedição ao deserto de Marraquexe que só não correu bem futebolisticamente falando

17 dezembro 2022 10:18

Rui Cardoso

Rui Cardoso

Procurador da República; ex-presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público

adrien cortesi

Ao volante do novo Dacia Duster 4x4 nos desertos a sul de Marraquexe

17 dezembro 2022 10:18

Rui Cardoso

Rui Cardoso

Procurador da República; ex-presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público

A 4 de agosto de 1578 o rei de Portugal quis restaurar as glórias do império em Marrocos. Escolheu dar combate aos mouros ignorando os conselhos dos alcaides portugueses que o tinham aconselhado a não se deixar arrastar para o interior e a combater sempre sob a cobertura da artilharia da frota lusa. Sabemos o que custou ignorar o conselho dos capitães conhecedores do terreno e das artes do inimigo: ao fim de umas horas de combate os marroquinos levaram a melhor. Uma das suas vantagens na batalha — além de jogarem em casa — foi a posse de uma artilharia tão boa senão melhor do que a portuguesa e o uso de arcabuzeiros a cavalo, combinando mobilidade e poder de fogo.

Uns séculos depois e futebolisticamente falando, as coisas haveriam de voltar a não correr bem. Agora nas areias do Catar a moirama teve mais vontade de ganhar e jogou para isso. Tal como em Alcácer-Quibir a combinação mobilidade e poder de fogo voltaria a ser fatal aos desígnios lusos: ganhou quem teve a maior capacidade de manobrar em todos os terrenos, desde o reduto defensivo ao meio campo e às linhas avançadas.