16 setembro 2022 20:23
Solução de transição entre o térmico e o elétrico, o híbrido, de que é exemplo o Kia Niro, tem muito para dar
16 setembro 2022 20:23
Num mundo ideal, seria fácil reduzir a poluição automóvel e o contributo desta para as mudanças climáticas, as doenças respiratórias, etc. Bastava da noite para o dia decretar o fim dos carros de motor térmico e torná-los 100% elétricos. Para aí apontam decisões do Parlamento Europeu para 2035. Mas o ótimo tem o péssimo hábito de ser inimigo do bom.
Se, de um momento para o outro, todos os fabricantes passassem ao 100% elétrico — e alguns, como a Volvo, anunciam querer fazê-lo — teriam que modificar radicalmente as linhas de montagem, despedir em massa (um elétrico precisa de menos mão de obra) e provocar a falência em cadeia de subcontratados e fornecedores de peças e equipamentos. Haveria uma corrida às matérias-primas para a qual a Europa parte com atraso. Segundo o Banco Mundial, a procura dos metais necessários à produção de baterias para carros elétricos (alumínio, cobalto, ferro, chumbo, manganés ou lítio) poderá aumentar 1000% até 2050. O lítio vem do Chile e o cobalto da República Democrática do Congo. A Agência Internacional da Energia antevê uma inquietante penúria de cobalto a curto prazo. E as jazidas de terras raras (neodímio, térbio, disprósio, etc.), indispensáveis a geradores eólicos, carros 100% elétricos, etc., estão maioritariamente na China.