BRYN MAWR — WASHINGTON
O que é preciso para uma canção ficar nos ouvidos de multidões? Basta juntar voz e imagem vendáveis? Convém encontrar um refrão redondo e ancorá-lo num tema universal ou que pelo menos toque muita gente naquele momento? Talvez o caminho seja menos simples. Há receitas garantidas que afinal falham de forma inexplicável, enquanto ao lado alguém usa ingredientes inesperados e cria uma canção que muita gente canta no banho ou ao volante. A fama de Kate Bush começou com uma canção que baralhava ódio, amor, pesadelos e sonhos, como a vida de tantos mortais. Faz parte do álbum inaugural “The Kick Inside” (O pontapé por dentro), de 1978. Chama-se ‘Wuthering Heights’ (Monte dos vendavais) e contém versos que nos transportam para cenas de um filme com o mesmo nome, realizado por William Wyler e produzido por Samuel Goldwyn, meses antes do início da II Guerra Mundial. Os amores e desamores de “Monte dos Vendavais” partem de um romance homónimo de Emily Brontë, publicado em 1847 no Reino Unido, sob pseudónimo masculino. No inverno seguinte, a autora morreu de tuberculose.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt