A UE está sob aviso: a transição energética não se fará sem modernização da rede elétrica e aumento da potência de armazenamento. Há que investir rápido
As renováveis geram quase metade da eletricidade produzida na União Europeia, a região do mundo onde as energias eólica e solar mais estão a crescer. Em 2024, atingiram 46,9% da produção elétrica nos 27 Estados-membros, estando Portugal em segundo, com 87,5% — proveniente principalmente de eólica e hidroelétrica —, atrás apenas da Dinamarca, com 88,4%. A Europa parece estar encaminhada para atingir a neutralidade carbónica no que toca à capacidade instalada de fontes renováveis; no entanto, várias instituições alertam para a necessidade de esta evolução se fazer acompanhar de dois grandes investimentos, sob pena de se afundarem os esforços da transição energética: a manutenção da infraestrutura da rede elétrica e aumento da potência de armazenamento de energia. Semanas antes do apagão que pôs a Península Ibérica a refletir sobre a autonomia da sua rede elétrica, a equipa independente de analistas do jornal “Politico” publicava uma análise da “infraestrutura envelhecida e fragmentada” da rede elétrica europeia, alertando para a necessidade de “grandes atualizações” face aos novos desafios que as renováveis implicam ao crescer no mix energético, desde a descentralização da produção à variabilidade das condições temporais face à produção estável e previsível dos combustíveis fósseis.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: SMRosa@expresso.impresa.pt