“Potencial inexplorado” é como a União Europeia (UE) define o desempenho português no que toca aos objetivos do programa Década Digital da Europa. Entre outras metas, a UE propõe-se a ter, até 2030, 20 milhões de especialistas em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) — com convergência de género — e um mínimo de 80% da população europeia com competências digitais básicas, num cenário projetado em que a conectividade gigabit (dez vezes mais rápida do que uma conexão padrão de banda larga) chega a todos os pontos do continente. É nos primeiros indicadores que se encontram as maiores fragilidades do país à beira-mar plantado. Apenas 56% portugueses em 2023 reportaram conhecer as mais básicas capacidades digitais — ainda assim, ligeiramente acima da média europeia de 55,6% — e, apesar das várias iniciativas em curso para a promoção da literacia digital (como o programa Escola Digital e as plataformas de formação Ponto Digital e NAU, enumera o relatório), o progresso nos últimos anos tem sido lento. Ainda assim, 29,9% dos utilizadores portugueses revelaram ter capacidades digitais avançadas, acima da média europeia de 27,3%. A conclusão da avaliação de 2024 é a de que Portugal terá de intensificar seriamente os seus esforços para atingir a meta nacional de 70% da população com capacidades digitais básicas até 2025, bem como o objetivo europeu de 80% até ao final da década.
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