Da ocupação libertária a destino turístico de milhões, a pequena ilha na costa de São Francisco já teve muitas vidas. Estará prestes a viver outra, ou será apenas o mais recente alvo de mais um capricho de Donald Trump?
Juan Manuel de Ayala documenta uma ilha próxima como “La Isla de Los Alcatraces”, a ilha dos pelicanos. Um navegador inglês dá o mesmo nome à ilhota de nove hectares perto da costa de São Francisco.
O governo norte-americano compra-a a um privado por cinco mil dólares. Depois da aquisição da Califórnia ao México, a ilha torna-se reserva militar. O Forte de Alcatraz foi inaugurado em 1858 e nos anos subsequentes passou a albergar prisioneiros de guerra.
Na posse do departamento de Justiça dos EUA, reforçam-se as condições de segurança para uma penitenciária federal de alta segurança com capacidade para 312 prisioneiros que causavam problemas noutros estabelecimentos do país. Por ela passaram alguns dos criminosos mais ilustres dos EUA, como Al Capone.
36 homens tentaram 14 fugas da ilha — quase todos capturados ou falecidos, exceto Frank Morris (na foto) e os irmãos John e Clarence Anglin, que nunca foram encontrados. Clint Eastwood foi Morris no grande ecrã, numa adaptação do evento.
Depois de 29 anos, a prisão foi encerrada devido aos altos custos de operação — entre a manutenção contra a erosão e o abastecimento de recursos (incluindo água potável) por barco.
Várias propostas surgiram para uma nova vida na ilha: um monumento, uma segunda Estátua da Liberdade ou até um centro comercial. Os ativistas Indians of All Tribes ocuparam a ilha na tentativa de erguer um centro cultural dedicado aos direitos civis dos nativos americanos. A ocupação durou 19 meses.
A ilha foi integrada nos Parques Nacionais e funciona até hoje como museu dedicado ao seu passado como penitenciária. Um triatlo que arrancou nos anos 80, no qual os atletas nadam os 2,4 km da ilha à costa de São Francisco, continua a ter edições anuais.
Trump anunciou ter dado instruções para a reconstrução e expansão alargada de Alcatraz para “acolher os criminosos mais impiedosos e violentos da América”. “É um símbolo da lei e da ordem”, disse aos jornalistas.
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