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Chegou o livro de BD que dá voz a quem partiu de Portugal para França em jeito de fuga

Chegou o livro de BD que dá voz a quem partiu de Portugal para França em jeito de fuga
Madeleine Pereira

Temos propensão para esquecer as vozes da diáspora portuguesa. É comum gozarmos com a maneira de falar de quem saiu de Portugal em contexto de pobreza e com pouca passagem pela escola. Agora, há um livro de banda desenhada que lhes dá voz

Chegou o livro de BD que dá voz a quem partiu de Portugal para França em jeito de fuga

João Pacheco

Jornalista

LIVRO

Nestas páginas, há mulheres com um ‘olho à Belenenses’. E também dois polícias a mandar parar um táxi a meio da noite, em Trás-os-Montes. Vemos famílias a atravessar a raia a salto. Quase sentimos nas mãos as reguadas dadas numa escola primária em Mortágua. E sofremos perante miúdos franceses a gozar com as sobrancelhas de uma rapariga de origem portuguesa, numa escola francesa. É claro que a História do século XX português pode também ser feita de grandes frases famosas, como “obviamente, demito-o” ou “para Angola, rapidamente e em força”. Temos de contar com páginas de jornal censuradas ou publicadas, com arquivos de televisão e de rádio, com fotografias salvas da fome democrática do bicho do papel. Mas essa seria sempre uma manta de retalhos incompleta, se fossem deixadas de lado as narrativas das vidas de muitos dos portugueses que emigraram ou se exilaram durante a ditadura de inspiração fascista de António Oliveira Salazar.

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