
Até 2030, o sistema de ensino precisará de recrutar 26 mil novos professores. Mas entre saídas para a reforma e entradas nos cursos que habilitam a dar aulas há um défice que continua por resolver
Até 2030, o sistema de ensino precisará de recrutar 26 mil novos professores. Mas entre saídas para a reforma e entradas nos cursos que habilitam a dar aulas há um défice que continua por resolver
Tomás Girão, de 23 anos, licenciou-se em História e, se até ao primeiro ano do mestrado acreditou que era na área da investigação que queria ficar, algum desencanto com os obstáculos que foi percebendo existirem na carreira e uma experiência muito positiva numa escola acabaram por o levar até ao sistema de ensino. “Queria experimentar dar aulas, para ver se gostava”, recorda. Começou por concorrer a uma oferta de escola na Básica Almeida Garrett, no agora nacionalmente conhecido Bairro do Zambujal, na Amadora, para um horário completo em História. Conseguiu o lugar sem dificuldades. Com zero experiência como docente e apenas algumas cadeiras do mestrado em Ensino de História feitas, acabou por receber logo seis turmas do 7º e 8º anos e foi-lhe atribuída a disciplina de Cidadania e ainda uma direção de turma, num ambiente escolar cheio de desafios e dificuldades. “Antes do primeiro dia estava um bocado ansioso. Era a minha primeira experiência profissional a sério, não sabia como as coisas iam correr. Não é o mestrado em Ensino que nos prepara para o mundo do trabalho, para lidar com alunos que têm muitas dificuldades na vida, para as reuniões com os pais, para o contexto de cada escola. O foco é muito na preparação das aulas, e o dia a dia e a realidade com que um professor se confronta são muito mais do que isso e os power points que mostram”, diz Tomás.
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