Princípio do século XVI
No início eram muitos
Não é possível confirmar, mas as estimativas apontam para a existência, há cerca de 500 anos, de entre 180 mil e um milhão de tupinambás no que é o atual território brasileiro.
Século XVI
Desencontros de um encontro
Os tupinambás resistem à chegada dos colonizadores, a partir de 1500, deslocando-se para áreas mais remotas e do interior do Brasil, em busca de preservação cultural.
1689
Oferta sagrada
Utilizados pelos pajés – chefes espirituais dos indígenas – em ocasiões formais, assembleias, funerais e rituais antropofágicos, os mantos são levados para fora do território brasileiro por viajantes europeus e oferecidos a monarcas e famílias nobres. Desde 1689 que este manto fica à guarda dos dinamarqueses.
1937
Morte simbólica
Líder com grande prestígio entre os tupinambás, o caboclo Marcelino morre, depois de ter sido perseguido, preso e assassinado por lutar pelos direitos territoriais da sua comunidade.
Fim do século XX
Começa a luta
Os tupinambás reivindicam o regresso dos mantos ao Brasil, sem sucesso, e começam a surgir “mantos alternativos” em resposta à impossibilidade de os repatriar.
2001
São bem menos
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) reconhece como membros da comunidade tupinambá os moradores de 47 mil hectares no Sul da Bahia. Serão cerca de 4600 pessoas, divididas em 23 núcleos. Batizada de Terra Indígena Tupinambá de Olivença, ainda não está totalmente demarcada.
2023
Luz ao fim do túnel
Considerada a peça etnográfica mais valiosa do património brasileiro, é anunciada a devolução de um manto tupinambá, que integra uma lista de bens reivindicados pelas autoridades brasileiras, como os mais de 600 artefactos indígenas no Museu de Lille, na França.
2024
Regresso a casa
Depois de quase 350 anos, um dos mantos tupinambás, com 1,20 metros de altura por 60 centímetros de largura, regressa ao Brasil, numa doação do Museu Nacional da Dinamarca ao Museu Nacional do Rio de Janeiro.