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Da ilha Graciosa a Massachusetts: a Nossa Senhora da diáspora

Da ilha Graciosa a Massachusetts: a Nossa Senhora da diáspora
Pedro Letria

Nos Estados Unidos, Cezarina Agrella é imigrante da Graciosa. E foi assim retratada em 2021 por Pedro Letria, durante um período em que o fotógrafo português deu aulas na University of Massachusetts Lowell, ficando a morar num bairro de Lowell onde é forte a presença da diáspora portuguesa, com muitas ligações aos Açores e à religiosidade popular açoriana.

Da ilha Graciosa a Massachusetts: a Nossa Senhora da diáspora

João Pacheco

Jornalista

LOWELL

Será curiosidade? Será desconfiança? Será a luz solar a bater nos olhos? Sim, estamos só de passagem, longe ou perto das raízes iniciais. Dentro de portas, usa-se por aqui receitas e palavras dos dois países. E é comum haver uma videira a crescer perto da entrada. Já a estátua tapada pela dona da casa representa Nossa Senhora de Fátima, presente em vários jardins de pessoas da comunidade portuguesa em Lowell, no estado norte-americano do Massachusetts. À frente desta figura protegida do mau tempo, os pastorinhos ajoelhados podem ser vistos como um monumento involuntário ao trabalhador infantil desconhecido. Também ajoelhado e de mãos postas, no lado esquerdo da imagem lá está a representação de um anfíbio, que muitas vezes é colocado à entrada de casas ou lojas para afastar pessoas ciganas. Por falar em xenofobia, vivemos a contagem decrescente para as presidenciais norte-americanas, já no início de novembro. E há o risco de o futuro Presidente voltar a ser o atual candidato republicano, que apresenta promessas eleitorais como deportar migrantes depressa e mal. Voltemos então à Nossa Senhora e a Fátima, que ficou marcada pelas visões de três crianças portuguesas, a quem terá aparecido ao ar livre, durante a I Guerra Mundial.

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