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Fisga

A outra Europa possível, um ensaio de Rui Tavares

“Piazza”, de Alberto Giacometti, 1947-48, Fundação Guggenheim
“Piazza”, de Alberto Giacometti, 1947-48, Fundação Guggenheim
David Heald

A ideia de que a Europa só se fará através de uma estratégia de pequenos passos está gravada na forma como as lideranças europeias funcionam. Mais reativas do que pró-ativas, ponderadas até ao ponto de parecerem paquidérmicas, apenas se decidindo à decisão em momento de crise

O mito do Dia da Europa conta-se assim: há 74 anos, no dia 9 de maio, o ministro dos Negócios Estrangeiros da França, Robert Schuman, entrou na Sala do Relógio do Quai d’Orsay e fez um discurso no qual sugeriu que a França e a Alemanha, bem como outro países fundadores que se quisessem agregar, juntassem a sua produção de carvão e aço e a pusessem sob uma autoridade comum. A ideia, ao mesmo tempo prática e revolucionária, concretizou-se e através de uma estratégia de pequenos passos a Europa foi-se fazendo. Primeiro o carvão e o aço; depois uma união aduaneira com o Tratado de Roma, e a Euratom (uma organização de energia nuclear que ainda existe, discretamente); a seguir o Mercado Único e a Comunidade Económica Europeia; depois Maastricht e Schengen e a União Europeia; depois o euro e o que vier.

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