Charlie Brooker tem demonstrado generosa predisposição para quebrar barreiras erguidas por si próprio. Em 2023, a sexta temporada de “Black Mirror” desviava-se dos temas ligados à tecnologia para situar pela primeira vez uma história no passado e invocar, noutros episódios, demónios, lobisomens e problemáticas pagãs. A deriva pós-ficção científica surgia como a resposta natural de quem começava a acusar alguma saturação com a ficção científica distópica que tem sido a imagem de marca da série desde 2011, quando imaginou um país inteiro a assistir em direto ao streaming de um primeiro-ministro britânico a copular com um porco (em “National Anthem”).
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