
Cinco episódios sobre uma mulher que ouve um zumbido que mais ninguém consegue ouvir. Série britânica, “Aqueles Que Ouvem” é uma bela surpresa
Cinco episódios sobre uma mulher que ouve um zumbido que mais ninguém consegue ouvir. Série britânica, “Aqueles Que Ouvem” é uma bela surpresa
Claire (Rebecca Hall) está sentada, à espera de saber qual o problema de saúde que lhe tem tirado horas de sono nos últimos dias. Foi apanhada de surpresa por um zumbido que só ela consegue ouvir e que a acompanha no dia a dia como professora de inglês de uma escola secundária inglesa. Leva-o também para casa, onde nem o marido (Prasanna Puwanarajah) ou a filha (Mia Tharia) estão cientes do caos mental em que Claire se encontra. Depois de um teste à audição, a médica diz-lhe que Claire pode ser hipersensível a determinados sons. Ou estar a entrar na menopausa. “Menopausa? Mas eu tenho 42 anos”, responde. Esta reação frustrada, de quem não consegue explicar aquilo por que está a passar, é o mote principal de alguém sozinho à procura de clareza na minissérie de cinco episódios “Aqueles Que Ouvem”, da BBC, realizada por Janicza Bravo (“Zola”, “Poker Face”, “Mrs. America”) e estreada em Portugal nos canais TV Cine. É uma das mais belas surpresas na ficção internacional da reta final do ano que acaba de findar e ficaria bem no top dos melhores de 2024, funcionando como metáfora certeira num mundo repleto de conspiracionistas num ciclo non stop de pós-verdade que nos encaixa em bolhas de desconfiança. Serve, também, de retrato minimalista de quem sofre com problemas de saúde mental, a pandemia do século XXI.
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