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“Quisemos mostrar uma Terra-Média que ainda não tinha sido vista”, avança o realizador de “O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder”

“Quisemos mostrar uma Terra-Média que ainda não tinha sido vista”, avança o realizador de “O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder”

“O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder” é a série mais cara de sempre e estreia-se esta sexta-feira na Amazon Prime Video com episódio duplo. O Expresso falou com Wayne Yip, realizador de quatro dos oito episódios da nova megaprodução televisiva

A Amazon Prime Video apresenta esta sexta-feira a produção televisiva mais cara de sempre: é “O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder” e a sua história precede em alguns milhares de anos a das trilogias “O Senhor dos Anéis” (2001-03) e “O Hobbit: Uma Viagem Inesperada” (2012-14). A estreia acontece em episódio duplo, mas há uma questão que se mantém no ar. Como é que se mantém uma ligação à obra original quando há uns quantos milénios a entremear as narrativas? Foi precisamente o que o Expresso perguntou ao britânico Wayne Yip, realizador de quatro dos oito episódios de “Os Anéis do Poder”.

“A ligação está no storytelling, na forma como pessoas comuns acabam por se revelar as mais importantes”, referiu. “Também está na dimensão deste mundo, que é de se perder o fôlego, e nas culturas e linguagens que sempre foram tão importantes para Tolkien. E claro que depois temos Elfos, que são imortais.” Quanto à eventual presença de feiticeiros como Gandalf, cuja esperança média de vida pode atingir os 30 mil anos, Wayne Yip não confirma nem desmente, o que, especulamos, seja uma forma de adiar responder “não” — segundo o “The Guar­dian”, a Amazon comprou, por 240 milhões de euros, apenas os direitos da Segunda Era da Terra Média, o que excluiria o reencontro com personagens que conhecemos da Terceira Era, como Gandalf.

“O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder” baseia-se num pós-escrito de 150 páginas conhecido como “Os Apêndices”, mais próximo de um primeiro esboço do que de um livro acabado.Os criadores da série, Patrick McKay e JD Payne, tiveram de inventar um romance que Tolkien nunca chegou a escrever

Ao contrário dos filmes “Hobbit” e “O Senhor dos Anéis”, adaptados a partir de obras literárias com princípio, meio e fim, a série com que a Amazon espera vir a subir ao trono do streaming — destronando a Disney+ — baseia-se num pós-escrito de 150 páginas conhecido como “Os Apêndices”, mais próximo de um primeiro esboço do que de um livro acabado. Por outras palavras, os criadores da série, Patrick McKay e JD Payne, tiveram de inventar um romance que Tolkien nunca chegou a escrever.

Embora estreantes em televisão — o único trabalho digno de nota que se conhece da dupla envolve a colaboração no argumento de “Star Trek: Além do Universo”, em 2016 —, Wayne Yip assegura que sabem tudo o que há para saber sobre a Terra-Média e que são showrunners melhores e mais colaborativos do que outros com dezenas de anos de experiência. A superprodução da Amazon Prime Video, que orçamentou a primeira temporada em cerca de 450 milhões de euros, vai mostrar uma época em que “grandes poderes foram forjados, reinos se elevaram em glória e caíram em ruína, heróis improváveis foram testados, esperanças foram tecidas pelos melhores fios e um dos maiores vilões que alguma vez emergiu da pena de Tolkien ameaça cobrir o mundo na escuridão”.

“Quisemos mostrar uma Terra-Média que ainda não tinha sido vista: a da Segunda Era. Foi uma época dourada para muitas raças”, disse, por outro lado, Wayne Yip, que, seguindo os passos canónicos de Peter Jackson na trilogia que esgotou salas de cinema entre 2001 e 2003, filmou todas as cenas de exterior na Nova Zelândia. Diferença importante: Jackson não teve qualquer envolvimento na série da Amazon, embora tenha havido um contacto. Em declarações ao podcast “The Hollywood Reporter’s Awards Chatter”, o neozelandês, vencedor de três Óscares, disse ter sido abordado para se envolver no projeto e que receberia os guiões, o que nunca chegou a acontecer. “Perguntaram se eu queria envolver-me e eu disse: ‘Essa é uma pergunta impossível de responder sem ver um guião’.”

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