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O seu nome é Irma Vep. Entrevista com Olivier Assayas sobre o regresso a um lugar onde já foi feliz

O seu nome é Irma Vep. Entrevista com Olivier Assayas sobre o regresso a um lugar onde já foi feliz

Olivier Assayas falou-nos do retorno televisivo ao mais icónico dos seus filmes, com Alicia Vikander no papel que antes foi de Maggie Cheung. A série está na HBO Max

Francisco Ferreira, enviado a Cannes

Em 1996, “Irma Vep” foi candeia acesa para toda uma geração de cinéfilos e êxito de público e crítica que inscreveu em definitivo dois nomes — nessa altura um casal de namorados — nas plateias europeias. Olivier Assayas, realizador francês, tinha pouco mais de 40 anos e já um punhado de longas-metragens no currículo (desde a estreia com “Désordre”, de 1986). Maggie Cheung, atriz de Hong Kong, trazia daquela palpitante indústria cinematográfica um assinalável portefólio no campo dos thrillers e dos filmes de ação, em especial os de Wong Kar-wai. O filme de Assayas inspirava-se por sua vez num seriado policial gaulês realizado entre 1915 e 1916 por Louis Feuillade, “Les vampires”, em que brilhava Musidora (1889-1957), estrela do cinema mudo que ali interpretava a personagem de Irma Vep.

Ora, mais de 100 anos após Feuillade e passados quase 30 sobre o seu filme-homenagem, Assayas foi agora tentado a dar nova roupagem à mesma história numa série de oito episódios produzida pela A24. São coisas autónomas, a série não é sequela nem remake do filme. No lugar antes ocupado por Maggie Cheung está agora a sueca Alicia Vikander. E quem não perdeu tempo em tratar o assunto com honras de estreia foi o Festival de Cannes, que exibiu a série na sala grande e escura antes da sua chegada à HBO Max. A sinopse é de fácil enunciado: conta como Mira, atriz americana desiludida com a carreira e um mau final de namoro, vem a França interpretar Irma Vep, numa versão contemporânea de “Les vampires”. Há pois um filme dentro do filme aqui, ou melhor, uma ‘série dentro da série’, e quem realiza esta é a personagem de René Vidal, papel em que Vincent Macaigne se alegra, entre outras coisas, a personificar posturas e modos de falar de Assayas.

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