A linguagem é nua. Crua. Brutal. Os atores deambulam sobre fino fio de arame. Em equilíbrio instável. Os corpos, as palavras vagueiam entre o presente, o passado, um passado sempre presente ou um presente incapaz de fugir do passado. As personagens fogem de si mesmas. Libertam-se para criar outras narrativas. Dão saltos no tempo em direção a tempos outros, para regressarem ao tempo de onde nunca saem. Porque a guerra é a guerra. Crava-se no corpo como um ferrete destinado a destruir todas as lógicas emocionais. A guerra não deixa ninguém dela sair vivo. Mesmo os que, uma década depois, fingem estar vivos.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: VCruz@expresso.impresa.pt