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Teatro & Dança

Teatro: Em “Fado Alexandrino”, Lobo Antunes e Nuno Cardoso desenham um encontro de desiludidos da vida

O tempo presente daquela boîte é 1982; porém, o recurso às elipses coloca com frequência as personagens em 1974
O tempo presente daquela boîte é 1982; porém, o recurso às elipses coloca com frequência as personagens em 1974

“Fado Alexandrino”, de António Lobo Antunes, serve a Nuno Cardoso de pretexto para construir um fresco sobre a arte de ser português. Até 28 de abril no TNSJ, no Porto, e depois noutras cidades do país

Teatro: Em “Fado Alexandrino”, Lobo Antunes e Nuno Cardoso desenham um encontro de desiludidos da vida

Valdemar Cruz

Jornalista

A linguagem é nua. Crua. Brutal. Os atores deambulam sobre fino fio de arame. Em equilíbrio instável. Os corpos, as palavras vagueiam entre o presente, o passado, um passado sempre presente ou um presente incapaz de fugir do passado. As personagens fogem de si mesmas. Libertam-se para criar outras narrativas. Dão saltos no tempo em direção a tempos outros, para regressarem ao tempo de onde nunca saem. Porque a guerra é a guerra. Crava-se no corpo como um ferrete destinado a destruir todas as lógicas emocionais. A guerra não deixa ninguém dela sair vivo. Mesmo os que, uma década depois, fingem estar vivos.

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