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Livros: “Férias de Agosto”, os contos autobiográficos de Cesare Pavese

Imagem de Barbaresco, comuna da região do Piemonte, no Norte de Itália, próxima de Santo Stefano Belbo, onde Pavese nasceu em 1908, e de Turim, onde morreu em 1950
Imagem de Barbaresco, comuna da região do Piemonte, no Norte de Itália, próxima de Santo Stefano Belbo, onde Pavese nasceu em 1908, e de Turim, onde morreu em 1950
Getty Images

“Férias de Agosto”, escrito em 1946, é uma compilação de contos tão autobiográficos que todos os protagonistas têm afinidades com o autor

Além de “O Ofício de Viver” (póstumo, 1952), um dos melhores diários literários modernos, mesmo quando desagradável (misoginia, amargura, masoquismo e outros “maus sentimentos”), as obras fundamentais de Cesare Pavese são as novelas e o romance “A Lua e as Fogueiras” (1950). Os contos, em especial os de “Férias de Agosto” (1946), têm um estatuto algo impreciso. Muitos são breves ou brevíssimos, tão autobiográficos que todos os protagonistas têm afinidades com o autor e todos os lugares parecem os lugares onde viveu (a comuna de Santo Stefano Belbo, a cidade de Turim). São, digamos, recordações de infância e juventude levemente ficcionadas. E neste livro, dividido em três partes, a terceira secção funciona como adenda teórica aos contos rurais e urbanos, acentuando acima de tudo a natureza do mito (ainda que fosse comunista, Pavese manifestou vivo interesse pela matéria potencialmente “reaccionária” dos mitos, e sobre isso escreveu “Diálogos com Leucò”, 1947, e no ano seguinte lançou na progressista Einaudi uma colecção de estudos religiosos, etnológicos e psicológicos).

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