Milo Manara adaptou e ilustrou “O Nome da Rosa”, de Umberto Eco. E o primeiro volume mostra a fecundidade de um livro, aliada à de um ilustrador
À partida, não parece uma conexão simples, ou imediata: Milo Manara, mítico ilustrador do erotismo, com Umberto Eco, o semiólogo, intelectual e escritor de romances históricos, unidos num só livro. Mas a recente edição de “O Nome da Rosa”, pela Gradiva, em álbum ilustrado, em que Manara adapta a magnum opus do autor italiano, prova o contrário. E prova também que o próprio Eco pode ser uma personagem extremamente bem-sucedida. No caso, a de um estudioso que encontra, em Praga, a 16 de agosto de 1968, um raro livro de um abade que fala do ainda mais raro manuscrito de um tal Adso de Melk. Com a invasão da cidade pelas tropas soviéticas, ele foge para Linz, de seguida para Viena, apenas levando cópias daquele achado feitas do seu punho e letra (em cadernos macios da Papeterie Joseph Gilbert).
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