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Em “Os Anos”, Annie Ernaux oferece-nos uma “autobiografia impessoal”, escrita na terceira pessoa

Em “Os Anos”, Annie Ernaux oferece-nos uma “autobiografia impessoal”, escrita na terceira pessoa
Ulf Andersen

“Os Anos”, de Annie Ernaux, é o registo do que já passou, salvando-o do esquecimento. Pedro Mexia escreve sobre o livro da vencedora do Nobel da Literatura 2022

Annie Ernaux define “Os Anos” (2008) como uma “autobiografia impessoal”, mas não se trata aqui daquela impessoalidade autobiográfica do “Léxico Familiar”, de Natalia Ginzburg, onde o “eu” é quase invisível; neste livro, embora se diga “ela” em vez de “eu”, a autobiografia é significativamente mais confessional, ainda que procure confundir-se com as épocas históricas, “os anos”. É como se as recordações individuais emitissem “sinais específicos” que as ligam aos “marcadores de época” e à experiência colectiva. Como se fôssemos, mas não possuíssemos, a nossa circunstância. Isso explica, aliás, a epígrafe de Ortega y Gasset: “A única história que temos é a nossa, e ela não nos pertence.”

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