
No MAAT, a exposição de uma obra permanentemente incómoda sobre toda a violência do mundo, a mesma que mora dentro de nós
No MAAT, a exposição de uma obra permanentemente incómoda sobre toda a violência do mundo, a mesma que mora dentro de nós
Crítico de arte
No decorrer deste ano, antes da exposição do MAAT, deparei-me com a obra da artista suíça Miriam Cahn (n. 1949) por duas vezes: num portefólio no número 28 (primavera de 2025), da revista “Electra”, da Fundação EDP, e na ala contemporânea do MACAM, em Lisboa. As 17 imagens do portefólio têm alguns rostos fantasmáticos e um conjunto notável de fotografias, sobretudo uma série que documenta desenhos da artista em túneis rodoviários acompanhados por mensagens escritas, em francês, tais como “a repetição de um espaço fechado” ou “fechados nas nossas vidas”, de 1979, fotografados na ocasião pela polícia; já sobre a pintura do MACAM tive a ocasião de afirmar que se encontra num espaço onde a obscenidade acontece “por evidente necessidade expressiva” (Expresso, 18/7/25) e neste caso já entramos no território “que nos olha” a partir da obra de Miriam.
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