
Treze pinturas de Joana Villaverde, um percurso de não figuras, um mergulho de corpo inteiro nessa espécie de indefinição que é a transformação contínua. No Pavilhão Branco, em Lisboa
Treze pinturas de Joana Villaverde, um percurso de não figuras, um mergulho de corpo inteiro nessa espécie de indefinição que é a transformação contínua. No Pavilhão Branco, em Lisboa
Crítico de arte
Foi com prazer. Faça o favor de entrar”: é com estas palavras de alguma cerimónia que Joana Villaverde (n. 1970) inicia um belo texto de apresentação das suas grandes pinturas, 13 ao todo, distribuídas pelas quatro salas e lugares de passagem, incluindo as escadas, do espaço claro e aberto ao mundo exterior do Pavilhão Branco. Pinturas de grandes formatos (2x3 metros, aproximadamente) e em duas versões — vertical e horizontal — que dão duas leituras bem diferentes. Logo na entrada, o único tríptico da exposição: ‘Céu e Terra’ consta de três verticais, três paisagens altas onde a linha do horizonte não é baixa, é baixíssima, ao nível dos nossos pés — melhor, dos nossos joelhos —, pelo que só vemos o indistinto e infindável dos céus e das nuvens, e esse infindável, continuamente inconcluso, é o tema central desta exposição “sem obrigações figurativas”, no dizer da pintora. Mesmo assim, muitas figuras lá moram ou por lá passam, embora não caibam nos limites destes grandes óleos sobre tela, tais como a escassa terra e o céu infinito mais as nuvens que o povoam.
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