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Exposições: A pequena volta ao mundo de Irene Buarque

Na parede, pedras. No chão, pedras. Ou os seus simulacros, numa espécie de cenário natural
Na parede, pedras. No chão, pedras. Ou os seus simulacros, numa espécie de cenário natural

A exposição “Uni Verso Plural”, de Irene Buarque, artista com obra vasta, variada e discreta, tem uma virtude máxima: a coerência formal e poética. Na Fundação Carmona e Costa, em Lisboa, até 4 de outubro

Exposições: A pequena volta ao mundo de Irene Buarque

José Luís Porfírio

Crítico de arte

Brasileira de nascimento, Irene Buarque (São Paulo, 1943) veio para Portugal em 1973 com uma bolsa da Gulbenkian que lhe permitiu sair do ambiente nefasto e violento da ditadura então reinante no seu país; instalada entre nós desde então, é uma artista com uma obra vasta, variada e discreta, pois foi sempre movida pelo interesse da promoção do trabalho alheio, muitas vezes através da cooperativa Diferença (1979), em detrimento da divulgação do seu trabalho.
“Uni Verso Plural”, a presente exposição, não pretende ser exaustiva, nem o poderia ser, mas tem uma virtude máxima, a coerência formal e poética. Quando saí da visita, murmurei estas palavras “Cercle et Carré” (“Círculo e Quadrado”) imediatamente antes de identificar o grupo de artistas fundado pelo uruguaio Torres Garcia (1874-1949) e pelo belga Michel Seuphor (1901-1999) em Paris (1929), rigorosamente não figurativo e geométrico. Esta é uma posição que Irene Buarque prolonga nos quatro espaços da galeria da Fundação Carmona e Costa; prolonga e vivifica numa pequena exposição com um grande arco temporal, pois tem obras que medeiam entre 1971 e 2024, mas onde o tempo não conta e o espaço é tudo, num percurso entre o quadrado e o círculo. As formas que dominam cada um dos quatro espaços da mostra funcionam como quatro partes de um discurso que no seu todo se apresenta como um manifesto sem palavras:

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