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Exposições: Pedro Cabrita Reis, a grande retrospetiva de uma só obra

Um dos espaços de “Atelier”, oito pavilhões contíguos, alinhados uns com os outros, ritmando um percurso
Um dos espaços de “Atelier”, oito pavilhões contíguos, alinhados uns com os outros, ritmando um percurso
João Ferrand/PCR Studio

Uma só obra em oito pavilhões na Mitra, em Lisboa. “Atelier”, retrospetiva de Pedro Cabrita Reis, é um lugar de encontros e não uma exposição como as outras. Com mais espaço do que tempo

Exposições: Pedro Cabrita Reis, a grande retrospetiva de uma só obra

José Luís Porfírio

Crítico de arte

Não sei há quantos anos andava no campo, num lugar chamado carvalhal, olhando a terra lavrada — torrões, pedras, algumas muito especiais — até que vi uma cuja forma me chamou a atenção, um tronco de pirâmide com dois orifícios, era um peso de tear e muitas das pedras naquele sítio não eram pedras mas sim grossos fragmentos de cerâmica quase sem memória da sua forma original. Olhei em torno, chamou-me a atenção um afloramento granítico coberto de moitas, fui ver e, lá no meio, coberta de musgo ainda se via uma lagariça. Agora visitando o quinto pavilhão do “Atelier” de Pedro Cabrita Reis descubro outra lagariça, ou talvez uma zengarilha para moer cereal: olhando atentamente, verifico que foi um pneu com jante e tudo eventualmente mergulhado em cimento que se transformou em lagariça; um pouco mais tarde, consultando as excelentes fotografias do enorme jornal da exposição, lá vi o artista pescando o pneu a partir de um contentor das obras. Esta é uma das muitas surpresas deste “Atelier”, que serão tantas quantos os visitantes a partir desta, ou de tantas outras encontradas ali.

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