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Exposições: O movimento perpétuo na pintura de Ricardo Angélico

Um “estudo para bonsai” ao lado de uma imagem arcimboldesca
Um “estudo para bonsai” ao lado de uma imagem arcimboldesca

O monstruoso e um mundo das mais variadas sugestões surge a partir de novelos vegetais. A inquietação mora na pintura de Ricardo Angélico: “Peças para uma Máquina do Tempo Perdido” exibe-se na Galeria Carlos Carvalho, em Lisboa

Exposições: O movimento perpétuo na pintura de Ricardo Angélico

José Luís Porfírio

Crítico de arte

No vasto espaço da galeria comecei pelo mais raro, uma das duas pinturas com imagens “roubadas” a John James Audubon (1780-1851) referentes ao seu notável inventário desenhado e gravado dos “pássaros da América”. Dos 435 originais, Ricardo Angélico (n. 1973) escolheu algumas dezenas de aves espalhadas pelo suporte de linho em cópia precisa, como que recortadas num efeito de colagem onde a identificação de cada ave é perfeita. São duas grandes pinturas, identificadas por um título comum que não esconde a origem das imagens, “Audubon Remix” (2021-23), onde surgem como anomalias imagens de origem diversa, da BD ou de animação, o conhecido Pica-Pau, mais um patinho que não identifiquei, bem como um jogador de basquete, provavelmente da NBA por simpatia geográfica. Nestas duas pinturas, se há uma perturbação pela densidade das imagens não há ainda qualquer efeito de acumulação, ao contrário do que sucede nos dois grandes conjuntos de pinturas que constituem o grosso da exposição.

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