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O gosto e a surpresa na Coleção Paulo de Pitta e Cunha

Quatro artistas — Mário Césariny, João Cutileiro, António Saura e Keith Haring — e um mesmo tema
Quatro artistas — Mário Césariny, João Cutileiro, António Saura e Keith Haring — e um mesmo tema
Isabella Glock/FASVS

Exposição baseada no gosto de Paulo de Pitta e Cunha, professor de Direito, revela-se na capacidade de divertimento das curadoras. No Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva, em Lisboa, até 20 de janeiro de 2024

Uma exposição baseada no gosto privado de um professor de Direito — Paulo de Pitta e Cunha (1937-2022) — e no acervo que o mesmo reuniu ao longo da sua vida, joga sempre na partilha desse gosto e na capacidade de surpresa das peças que a integram, surpresa que tanto pode vir de cada peça como da sua organização no espaço — aí também entra a capacidade das curadoras, Raquel Henriques da Silva e Rita Maia Gomes, para nos surpreender e divertir; no caso presente não há qualquer dúvida que o conseguiram, divertindo-nos e divertindo-se.

A exposição é um percurso entre dois nus, uma Vénus azul com a cor especial e exclusiva inventada por Yves Klein, que nos recebe antes da entrada, e dois minúsculos nus femininos de Tom Wesselmann que parecem respostas miniatura ao “Great American Nude”, uma das suas séries mais conhecidas. Estas balizas do espaço marcam um tempo, uma geração e um gosto. Tempo, os anos 60, a geração idem, e um gosto formado pela ultrapassagem da rivalidade entre a figura e a não figura que dominou a década anterior, até porque a figura nem sempre o é e a não figura também; o que bem se nota quando, numa intencional acumulação de obras, uma paisagem de Hogan surge informal, ou uma geometria de Vasarely como um sol decompondo-se em cores.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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