26 novembro 2022 19:05

‘Ôss’ é ‘osso’ em crioulo cabo-verdiano e transporta múltiplos significados e simbologias
laurent philippe
Marlene Monteiro Freitas e a companhia madeirense Dançando com a Diferença criam o inventivo e enigmático “Ôss”. Sábado e domingo na Culturgest, em Lisboa
26 novembro 2022 19:05
Há anos que eles se namoravam, mas sem assumir o namoro. Queriam estar juntos, partilhar mundo, mas a vida puxava-os para lugares diferentes. Até que finalmente aconteceu. Mas antes, ainda houve preliminares fundamentais para chegar a vias de facto. É a história da relação da coreógrafa Marlene Monteiro Freitas e a Companhia Dançando com a Diferença, há tanto tempo prometida e que finalmente se concretiza na criação de um espetáculo de dança, “Ôss”, que estreou mundialmente no mês passado em Chaillot (Teatro Nacional da Dança de Paris) e agora tem a estreia nacional na Culturgest, no programa do Festival Alkantara.
“Ôss” já entrou para a História. É isso que afirma a crítica do “ResMúsica”, publicação francesa especializada em música clássica e dança. A afirmação é feita por relação com a peça revolucionária de Maguy Marin, “May Be” (de 1981), e a composição coreográfica para corpos diferentes daqueles que o cânon da dança académica glorifica. Mas estamos noutro tempo. Estamos até nesse outro tempo de uma maturidade e qualidades dos intérpretes da Dançando com a Diferença muito distinto da sua fundação em 2001.