
Absorvente drama verídico, “Vitória” é uma espécie de “Janela Indiscreta” com geriatria carioca, inspirado na história da idosa que ajudou a desmantelar uma rede de tráfico na favela onde vivia
Absorvente drama verídico, “Vitória” é uma espécie de “Janela Indiscreta” com geriatria carioca, inspirado na história da idosa que ajudou a desmantelar uma rede de tráfico na favela onde vivia
A certa altura de “Vitória”, a personagem de Fernanda Montenegro exaspera-se: “Vou precisar de morrer para não morrer?” É o epicentro dramático da nova obra do sempre fiável Andrucha Waddington, aqui a adaptar o caso verídico, sucedido em 2005, de uma idosa negra que, na favela Ladeira dos Tabajaras, no Rio de Janeiro, conseguiu denunciar uma rede de corrupção, crime e tráfico de drogas. Trata-se de um filme correto, aliando uma certa funcionalidade de melodrama com um propósito de entretenimento realista. Dê por onde der, é um filme de uma atriz: uma impressionante Fernanda Montenegro, que no passado mês de outubro completou 95 anos. Mais do que fazer o número da idosa carismática, a mítica atriz constrói em “Vitória” uma personagem, uma mulher feita de fibra e luz, garra e inquietação.
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