
Estreia. Uma space opera centrada na luta de duas forças extraterrestres pelo controlo da Humanidade, que se deixa ler como uma paródia da saga “Star Wars”. Por preguiça, o cineasta Bruno Dumont esboça uma pálida caricatura de si mesmo
Estreia. Uma space opera centrada na luta de duas forças extraterrestres pelo controlo da Humanidade, que se deixa ler como uma paródia da saga “Star Wars”. Por preguiça, o cineasta Bruno Dumont esboça uma pálida caricatura de si mesmo
Ainda que o cinema de Dumont tenha começado a mudar de voz e a adotar um tom burlesco a partir de “O Pequeno Quinquin” (2014), permanece inalterado na sua essência. De facto, o que continua a movê-lo é o desejo de dar a ver o humano como um misto inextricável de bem e mal, graça e caos, espírito e natureza, através da análise de espaços e corpos (muitas vezes, os da França rural) que, apesar da aparente normalidade, servem de palco à batalha dessas forças antitéticas. É o que volta a acontecer em “O Império”, que arranca sob o signo do confronto: aquele que opõe a solenidade da música (um adágio de Bach) à banalidade das imagens, que nos instalam numa anónima vila costeira do norte de França, assistindo aos banhos de sol de uma rapariga local. É pelo ponto de vista desta personagem que, nas sequências iniciais, se produz o retrato naturalista de uma comunidade onde — como é costume — algo não bate bem.
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