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Cinema

Do Irão sopram ventos de mudança: a que sabe “A Semente do Figo Sagrado”, nomeado para os Óscares?

Soheila Golestanid (à esq.) é Najmeh, mãe de Rezvan (Mahsa Rostami, ao centro) e de Sana (Setareh Maleki, à dir.)
Soheila Golestanid (à esq.) é Najmeh, mãe de Rezvan (Mahsa Rostami, ao centro) e de Sana (Setareh Maleki, à dir.)

Nomeado para os Óscares, “A Semente do Figo Sagrado”, do iraniano Mohammad Rasoulof, é um grande filme sobre a natureza insidiosa da tirania e o instinto de combatê-la. E envolveu uma fuga do realizador, condenado por um “tribunal revolucionário” a oito anos de prisão

À medida que o tempo passa desde a estreia de “A Semente do Figo Sagrado” em Cannes, mais difícil se torna escrever sobre este filme sem assinalar a figura de Mahsa Amini, a rapariga curdo-iraniana que a “polícia da moralidade” espancou em Teerão, em setembro de 2022, alegadamente por desrespeitar o uso obrigatório do hijab, o véu que a sharia, a lei islâmica, impõe às mulheres iranianas. Amini, que morreria no hospital três dias depois em consequência da agressão, tornou-se o símbolo de uma martirologia que este filme não professa. Contudo, é em interpostas personagens de jovens mulheres da geração de Amini que Mohammad Rasoulof deposita a sua rebeldia. A essa geração de mulheres dará o cineasta persa um ponto de vista oposto às regras do Estado e aos homens que o país endoutrina.

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