
Estreado em Cannes, “The Apprentice” conta a história da relação entre Donald J. Trump e o advogado Roy Cohn, seu mentor nos anos 70 e 80. Porque ninguém nasce ensinado
Estreado em Cannes, “The Apprentice” conta a história da relação entre Donald J. Trump e o advogado Roy Cohn, seu mentor nos anos 70 e 80. Porque ninguém nasce ensinado
Jornalista
Estamos em meados dos anos de 1980. No topo de um arranha-céus em Nova Iorque, Donald J. Trump olha pela janela. A câmara aproxima-se lentamente do seu rosto. O close up fecha-se sobre o olho esquerdo, fita-o até vermos refletido na íris azul tudo o que o seu olhar alcança: um avião, a bandeira americana a esvoaçar ao vento no cimo de outro arranha-céus, o horizonte. Vemos o mundo pelos olhos de Trump, literalmente. E como uma imagem refletida é sempre o seu inverso, é um mundo ao contrário aquele que a lente do realizador Ali Abbasi nos mostra em “The Apprentice — A História de Trump”, um mundo em que as regras não se aplicam, a verdade não existe, e que se divide entre vencedores e perdedores. Apesar de assim intitulado, esta “história de Trump” não é o convencional relato biográfico da vida de um antigo Presidente americano. Estreado no Festival de Cannes, onde competiu pela Palma de Ouro, o filme conta uma história muito específica balizada nas décadas de 1970 e 1980, um retrato íntimo de como Trump se tornou Trump, de como adquiriu a mundividência que décadas mais tarde o levaria à Casa Branca — com consequências culturais e políticas para o resto do mundo. A 5 de novembro saberemos se regressa.
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