
“A Fera na Selva”, que agora chega às salas, adapta a homónima novela de Henry James que também originou “A Besta”, de Bertrand Bonello, estreado entre nós em junho. Mas os dois filmes nada mais têm em comum
“A Fera na Selva”, que agora chega às salas, adapta a homónima novela de Henry James que também originou “A Besta”, de Bertrand Bonello, estreado entre nós em junho. Mas os dois filmes nada mais têm em comum
A inauguração daquela discoteca “é como a descolagem de um foguetão”, diz-nos May (Anaïs Demoustier), vestida e calçada a rigor para a festa, filmada por Patric Chiha a partir dos seus saltos altos. Quem nos conta a sua história é a porteira da boîte “sem nome”, na voz taciturna e na presença sempre enigmática de Béatrice Dalle, que não prefigura um happy end. E depois May abandona-se à dança na discoteca. Uma cena, depois outra e outra ainda, com a dança sempre presente — e um filme inteiro vai construir-se através dela. Entre uma dança e outra, cruzará May o caminho de John (Tom Mercier), que a observa na pista de um balcão superior. Na verdade, eles conheceram-se antes, mas num passado já distante que só ela recorda. A transposição cinematográfica, muito livre e contemporânea, de “A Fera na Selva”, novela de Henry James, começa certamente por este reencontro, com um mútuo olhar fulminante.
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