Como em tudo o que é onírico, a saída pode ser a entrada e a entrada pode nos levar à saída. Em “Xerazade, a Coleção Interminável do CAM”, a opção foi mesmo abrir múltiplas possibilidades para os visitantes, que na mostra reencontram obras já conhecidas e sempre esperadas e descobrem peças novas de uma coleção permanente. Ao utilizar um cenário móvel, passível de reinterpretações, Leonor Nazaré, curadora da exposição, encontra na figura literária de Xerazade um paralelo que estabelece o fio condutor da mostra. A filha do vizir surge como uma voz encantatória, que, ao iludir a mão assassina do sultão, garante a sobrevivência e a (re)descoberta dos artistas.
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