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A decadência do liberalismo europeu: causas e consequências

Em face do descalabro nada há a fazer, basta anunciar o fim das sociedades demoliberais e denunciar o erro de Fukuyama, quando julgou que com a queda do Muro de Berlim se alcançara o fim da História
Em face do descalabro nada há a fazer, basta anunciar o fim das sociedades demoliberais e denunciar o erro de Fukuyama, quando julgou que com a queda do Muro de Berlim se alcançara o fim da História
Getty Images

No seu livro de 2023, John Gray argumenta que o falhanço na construção de sociedades demoliberais teve como desfecho a emergência de novos Estados totalitários ou autoritários

A decadência do liberalismo europeu: causas e consequências

Diogo Ramada Curto

Historiador, diretor da Biblioteca Nacional

John Gray é, hoje, um dos filósofos políticos que melhor satisfaz o mercado das visões apocalípticas sobre cidades, Estados e relações internacionais. Foi Nuno Domingos, do Instituto de Ciências Sociais, quem me chamou a atenção para o facto de essa visão catastrofista ser “mais performativa — no sentido de procurar efeitos políticos concretos — do que analítica”, sendo Gray “um profissional do mercado gourmet da profecia”. Em Portugal, tenho-o visto citado pelos membros de uma cultura dominante, que convive bem com a meditação transcendental, a literatura de autoajuda e o empreendedorismo. São estes que, em casa, no café, nos transportes ou no trabalho, partilham do mesmo pessimismo acerca dos fins dos tempos.

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