
40 anos depois de um infanticídio em Paris, a escritora Laura Alcoba faz em “Naquele Dia” o relato do crime, cujos protagonistas conheceu. Como nomear o inominável?
40 anos depois de um infanticídio em Paris, a escritora Laura Alcoba faz em “Naquele Dia” o relato do crime, cujos protagonistas conheceu. Como nomear o inominável?
Jornalista
Fotojornalista
Podia ter sido ao contrário, mas o livro veio ter com ela. A história que o ocupa estava lá, em hibernação, naquele hiperespaço onde as histórias não contadas gozam de um descanso inquieto. A franco-argentina Laura Alcoba, que a atividade política dos pais ditou que nascesse em Cuba, em 1968, soube dar-se esse tempo, mantendo-a à distância, nas entrelinhas de outros livros que foi publicando. Até perceber os sinais de que, talvez, tivesse chegado o momento. “A questão que se colocava era se eu teria a força suficiente para mergulhar”, confessa ao Expresso. E teve. “Naquele Dia”, publicado pela D. Quixote e o primeiro romance dela traduzido por cá, é o resultado do longo processo de maturação de um acontecimento que desafia os limites do expressável: um duplo infanticídio cometido por uma mãe na Paris dos anos 1980.
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