A vida de pianista tem destas coisas: chegar de avião ao Porto, meter-se num carro até Aveiro, apanhar um trânsito infernal, ter uma orquestra inteira à espera e ainda uma entrevista por fazer. Mas Lang Lang não perde a compostura. Entra no Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro e vem logo ter com o Expresso, à sala onde o esperamos, senta-se junto a um piano de meia cauda que não é Steinway & Sons — o ‘seu’ fabricante de eleição desde 2002 e patrocinador — e dispõe-se a conversar. Com calças e hooddie preto que deixa entrever uma t-shirt azul, o homem de 42 anos que em abril passado colocou as mãos — objeto de um seguro de 70 milhões de dólares — no cimento do passeio da fama, em Hollywood, é agora um cidadão cansado que as usa para cumprimentar e gesticular, não reprimindo o gesto de ir esticando os dedos a modo de aquecimento para o ensaio que faria a seguir.
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