
Sem deixar de ser internacional como sempre foi, o festival lisboeta - que começa a 23 de maio - está mais português do que nunca e traz uma escolha de cinema nacional abundante em quantidade e qualidade
Sem deixar de ser internacional como sempre foi, o festival lisboeta - que começa a 23 de maio - está mais português do que nunca e traz uma escolha de cinema nacional abundante em quantidade e qualidade
A 21ª edição do IndieLisboa foi forçada a alterar as datas inicialmente previstas devido às comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. As salas principais do evento, Culturgest e Cinema São Jorge, estiveram ocupadas no mês passado com a data festiva. Em compensação, traz o Indie deste ano uma invulgar quantidade de cinema português, oito longas-metragens e 18 curtas em competição — e a isto acrescente-se que, no lote, há três longas em estreia mundial. À semelhança do que tem acontecido no pós-pandemia, esta é uma excelente notícia para o festival. Um sinal de que produtores e realizadores nacionais, que por tradição procuram uma primeira janela de promoção lá fora, começam a olhar para o Indie de outra maneira. À conversa com Miguel Valverde, diretor e programador do festival de cinema, recordou-se como foi diferente o caso de “A Cara que Mereces”, primeira longa-metragem de Miguel Gomes que, em 2004, foi também exibida pela primeira vez no festival lisboeta, numa altura em que o mesmo mal existia. Estas coincidências de calendário são muito engraçadas quando olhamos para o espelho retrovisor. O Indie cresceu até tornar-se o maior festival de cinema do país. E com este adiamento de datas, vai até sobrepor-se, por uns quantos dias, ao Festival de Cannes, onde, 20 anos volvidos, Miguel Gomes está pela primeira vez a concurso pela Palma de Ouro.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt