O coreógrafo belga Jan Martens gosta de Taylor Swift, mas não esquece um artigo que dá conta de que a cantora, nos Estados Unidos, recebeu mais downloads de streams sozinha no último ano do que os géneros de jazz e música clássica somados. Não é mero detalhe. É mais uma razão pela qual a sua criação “Voice Noise” reúne canções de 13 autoras mulheres de diferentes estilos musicais, geografias, temporalidades, noções do que pode ser considerado música, enquanto faz a mesma viagem de expansão sobre o que pode ser considerado dança. “Voice Noise” (dias 29 e 30, Teatro Rivoli), um dos espetáculos do DDD — Festival Dias da Dança, é inspirado no ensaio “The Gender of Sound”, de Anne Carson, e tem um impulso que é político e estético: que possamos olhar, escutar e sentir mais profundamente. Repressão e liberdade, voz e movimento, mecânico e humano, direito à habitação, direitos autorais de passos de danças urbanas, hegemonia da norma, transgressão de limites físicos...
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