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Nas trincheiras da Bienal de Coimbra, Yonamine proclama: “O que chamamos de morto talvez esteja muito mais vivo do que nós”

Inspirada pela visita a um campo de refugiados na ilha de Lesbos, “Arapis” 
é uma das duas peças de Yonamine na Bienal
Inspirada pela visita a um campo de refugiados na ilha de Lesbos, “Arapis” 
é uma das duas peças de Yonamine na Bienal

É um dos destaques da Anozero — Bienal de Coimbra. Em “Arapis”, Yonamine constrói uma trincheira contra a desumanização. É uma forma de “terrorismo poético”, afirma. O Expresso viu a obra na véspera da abertura da bienal e falou com o artista angolano

Tal como Sísifo, condenado eternamente a empurrar uma pesada pedra até ao topo de uma montanha, também o trabalho do Yonamine é uma “busca ruminante”. A criação artística nada mais é do que andar à deriva. E Yonamine é o capitão do seu navio. “Não tento seguir uma onda trendy comercial europeia, muito conceptual. Não quero fazer boring art para intelectuais. Desliguei-me disso tudo e ganhei mais chão”, conta ao Expresso o autodidata angolano que, através de um singular vocabulário estético, mistura diferentes culturas, vivências e temperos. “Não quero criar um sabor novo, apenas pretendo recriar sabores. Imagino a arte como automobilismo: estou sempre à procura de uma melhor aerodinâmica, de um update de mim próprio”, diz o autor de duas peças concebidas para a 5ª edição da Anozero — Bienal de Coimbra, que se prolonga até 30 de junho.

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