Ficamos esmagados com a sucessão ininterrupta de objectos belos, antigos ou monumentais, uma impressão intelectualizada que nem sempre desperta uma reacção psicossomática
Stendhal, o mais italiano dos romancistas franceses, estava em Florença em 1817 quando teve uma espécie de afrontamento ao observar na Basílica de Santa Croce os frescos mitológicos da cúpula e os túmulos de gente ilustre como Maquiavel ou Miguel Ângelo. Confuso, cambaleante, cheio de palpitações e tonturas, atribuiu o seu estado às “sensações celestes trazidas pelas belas-artes e pelos sentimentos apaixonados”, como escreveu no livro de viagens “Rome, Naples et Florence” (1826). Hoje chamamos a essa condição “síndrome de Stendhal”, uma categoria estética, mais do que um distúrbio psíquico homologado.
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