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Cartas Abertas

Os últimos momentos dos novos ministros antes de irem ao tio Marcelo tomar posse

Os últimos momentos dos novos ministros antes de irem ao tio Marcelo tomar posse

Pedro Correia Azevedo

Diretor clínico da Unidade de Hospitalização Domiciliária e dos Cuidados Domiciliários da CUF

Parecendo que não, ser ministro é uma irresponsabilidade enorme que recai sobre os ombros de um ser vivo (desde que tenha ombros)

Às cinco da tarde de quarta-feira aproximavam-se a passos muito largos e já pouco tempo restava aos 17 escolhidos por António Costa para, doravante, serem os responsáveis pelos destinos do país, acaso o país tenha destino. Algumas esmeravam-se na toilette, tentando fazer combinar um vestido Dior com um lenço do chinês; outras esperavam não borrar a pintura; outras, ainda, esfalfavam-se com as cabeleiras que não queriam ir ao sítio. Algumas feministas notaram que este era o injusto mundo das mulheres, uma vez que esta sociedade cis-heteronormativa, não obstante o esforço do primeiro-ministro em criar pela primeira vez a paridade no Conselho de Ministros, esta sociedade, dizia, ainda obriga as mulheres a cuidados que os homens não têm. A estes basta um fato escuro e uma gravata e... está a andar.

A história do fato escuro também já não é bem assim. Viu-se na última cimeira da NATO, na foto de família, onde, além de um taberneiro de casaco aberto, mãos nos bolsos, gravata à banda e cabelo desgrenhado — para lá da terrível suspeita que é hoje o seu nome, Boris —, todos os homens (e até algumas mulheres) compareceram de fato escuro. Todos menos o nosso António Costa, que, querendo provavelmente fazer propaganda ao clima lusitano e ao ‘Abril em Portugal’ dos tempos da outra senhora, compareceu de fato claro, razão pela qual um ou dois chefes de Governo ou de Estado presentes lhe chegaram a pedir, por óbvio engano, um copo de água.

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