Os últimos momentos dos novos ministros antes de irem ao tio Marcelo tomar posse
Parecendo que não, ser ministro é uma irresponsabilidade enorme que recai sobre os ombros de um ser vivo (desde que tenha ombros)
Diretor clínico da Unidade de Hospitalização Domiciliária e dos Cuidados Domiciliários da CUF
Parecendo que não, ser ministro é uma irresponsabilidade enorme que recai sobre os ombros de um ser vivo (desde que tenha ombros)
Às cinco da tarde de quarta-feira aproximavam-se a passos muito largos e já pouco tempo restava aos 17 escolhidos por António Costa para, doravante, serem os responsáveis pelos destinos do país, acaso o país tenha destino. Algumas esmeravam-se na toilette, tentando fazer combinar um vestido Dior com um lenço do chinês; outras esperavam não borrar a pintura; outras, ainda, esfalfavam-se com as cabeleiras que não queriam ir ao sítio. Algumas feministas notaram que este era o injusto mundo das mulheres, uma vez que esta sociedade cis-heteronormativa, não obstante o esforço do primeiro-ministro em criar pela primeira vez a paridade no Conselho de Ministros, esta sociedade, dizia, ainda obriga as mulheres a cuidados que os homens não têm. A estes basta um fato escuro e uma gravata e... está a andar.
A história do fato escuro também já não é bem assim. Viu-se na última cimeira da NATO, na foto de família, onde, além de um taberneiro de casaco aberto, mãos nos bolsos, gravata à banda e cabelo desgrenhado — para lá da terrível suspeita que é hoje o seu nome, Boris —, todos os homens (e até algumas mulheres) compareceram de fato escuro. Todos menos o nosso António Costa, que, querendo provavelmente fazer propaganda ao clima lusitano e ao ‘Abril em Portugal’ dos tempos da outra senhora, compareceu de fato claro, razão pela qual um ou dois chefes de Governo ou de Estado presentes lhe chegaram a pedir, por óbvio engano, um copo de água.
Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt